Sem dúvida, os fatores de crescimento são utilizados na medicina e odontologia regenerativa por décadas, quer sejam endógenos ou exógenos.
Frente à qualquer lesão, nosso organismo é capaz de selar uma ferida e ao mesmo tempo gerar processos que nos levem ao reparo ou à regeneração propriamente dita (restituição total da forma e da função).
Na Odontologia, por exemplo, quem acompanha essa área sabe que passamos do uso do PRP (plasma rico em plaquetas) para a PRF (fibra rica em plaquetas e leucócitos), por um motivo muito simples: a fibra pode "reter" mais as plaquetas e tecnicamente controlar melhor a liberação (lenta) desses fatores miraculosos, mantendo o ambiente regenerativo por mais tempo.
Os benefícios da PRF para os tecidos moles são óbvios. Um exemplo típico é o uso do PRF no selamento das perfurações da membrana do seio maxilar. Outro exemplo: o seu papel como substância para descontaminar as superfícies dos implantes.
Entretanto, quando falamos em tecido ósseo, os resultados ainda são muito variados.
Nós também sabemos que a PRF é gerada após a centrifugação do sangue e existem diversos protocolos comercialmente disponíveis, trazendo consistências mais líquidas ou mais gelatinosas. Assim, a alteração nos protocolos traria novas possibilidades de formação para o tecido ósseo?
No estudo in vitro mais recente, matrizes líquidas de PRF foram aplicadas sobre uma cultura primária de osteoblastos humanos e co-culturas de pré osteoblastos e células endoteliais vasculares dérmicas humanas.
A diferença: um protocolo de centrifugação menos veloz (44g) e um protocolo de centrifugação mais veloz (710g).
A proliferação, diferenciação e vascularização foram mais evidentes no protocolo de baixa velocidade de centrifugação (44g).
As habilidades pró-osteogênicas, potencialmente osseocondutoras e pró-angiogênicas do PRF foram finalmente confirmadas.
Entretanto, o PRF 710g também mostrou efeitos benéficos, só que não tão intensos (e mais rápidos) que o PRF 44g.
A possível explicação? No protocolo 44g, a densidade celular é maior (as células ficam mais "juntinhas" do que no protocolo 710g). Daí, a "comunicação celular" seria mais intensa, e assim, os processos de cicatrização mais rápidos.
A PRF induz osso (e não é por acaso).
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