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Foto do escritor PAULO ROSSETTI

Frequência de ressonância, ISQ e estabilidade dos implantes: fim do mistério?


A estabilidade do implante dentário: seria o ISQ uma relação ainda válida?
A estabilidade do implante dentário: seria o ISQ uma relação ainda válida?


Em física, a frequência é uma grandeza física medida em Hertz (Hz), que representa o número de ciclos por um determinado tempo. Por exemplo, se eu mastigo os alimentos 60 vezes por minuto, posso dizer que a minha frequência de mastigação é de 1 Hz.

 

Quando o aparelho original que determinava essa propriedade foi criado, ele emitia um sinal (em Hz), que atingia a interface osso implante; por sua vez, a interface “devolvia” outro sinal (em Hz), considerado como sua ressonância. Funciona assim até os dias atuais.

 

Já os valores ISQ representam a divisão numérica entre o sinal de resposta (Hz) e o sinal emitido (Hz): por isso, os valores que você lê no visor do seu aparelho não têm unidade. São números puros.


Claro, isso ajuda na prática clínica. Mais tarde, surgiram as “faixas de valores” para saber se a interface osso implante “havia progredido” bem ao longo do tempo, se estava na hora de reabrir e fazer a restauração, ou se o implante deveria ficar submerso.

 

O problema da estabilidade dos implantes e a sua evolução em função da qualidade óssea não é novo, mas sempre houve dificuldade para entender porque os valores ISQ muitas vezes não se relacionavam muito bem com o torque de inserção dos implantes dentários.

 

Agora, esse mistério estaria com os dias contados. Será?

 

No estudo mais recente, pesquisadores utilizaram um implante de uso convencional (MK III) na clínica, simulando a posição de um pré-molar mandibular, instalado em osso sintético com densidades diferentes (15 a 40 PCFs).

 

Ao medirem os valores nominais da frequência de ressonância (Hz), observaram que existia uma relação direta com os valores progressivos dos torques de inserção (Ncm). Em contrapartida, os valores ISQ (a famosa divisão) não se davam bem com os torques (Ncm).

 

Então, a técnica da frequência de ressonância é válida na tentativa de se verificar a estabilidade dos implantes, mas, pelos achados laboratoriais acima, usar os valores ISQ e tentar relaciona-los ao torque final (Ncm) não tem muito sentido.

 

Certamente, é o primeiro estudo que aponta para uma nova direção na ciência da estabilidade dos implantes.


E não será o último.


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