Na vida cotidiana, é fato que a inteligência artificial (IA) tomou conta do noticiário. Também, que há uma competição sem fim entre as grandes empresas pelo fornecimento de serviços mais rápidos.
Mas se você pensa que vai ser substituído por um robô ou uma voz de comando, muito cuidado. Algumas tarefas só podem ser desempenhadas pelo ser humano, por uma única razão: o senso crítico, que não pode ser criado em nenhum chip de computador.
Esse "senso crítico" está e é tão importante na clínica quanto no laboratório de prótese. Ambos são prestadores de serviços, recebem pedidos, tomam decisões, e executam funções.
E os laboratórios, como a chegada da tecnologia digital, se veem em três cenários:
o laboratório segue seu caminho, operando apenas com processos analógicos para confeccionar as restaurações;
o laboratório tenta equilibrar o melhor dos dois mundos, com um pé no analógico e outro no digital;
o laboratório abandona o analógico, decidindo caminhar apenas na trilha digital.
As novas gerações nasceram dentro da tecnologia digital, usando o smartphone como porta de entrada. Mas será que elas gostariam de continuar o legado do laboratório como prestadoras de serviços? Ou elas gostariam sim, mas agregando e integrando as novas tecnologias aos processos convencionais?
A solução para o excesso de cera e o pó do gesso ou da resina acrílica estaria no menu de ferramentas virtuais que "cortam" e "desenham" inlays, onlays, próteses fixas e coroas totais? Tudo isso não descarta o senso crítico.
Outro ponto que chama atenção é a tendência para o conceito chairside: antes, só havia máquinas de usinagem de todos os portes. Agora, temos as impressoras 3D onde, partindo de uma substância líquida, podemos criar geometrias mais complexas.
Também, é verdade que não existe uma receita de bolo padrão para todos os tipos de impressão 3D, assim como não existe uma receita de bolo padrão para estratificar todo o tipo de cerâmica.
Entretanto, basta dedicação para aprender. Aqui, não importa se você é do laboratório ou da clínica.
E se tudo puder ser feito no consultório, dentro de um fluxo de tempo aceitável, dentro de um custo-benefício favorável...qual será o novo papel assumido pelos laboratórios de prótese?
Essa "digitalização" tem ocorrido nas clínicas de documentação: trocaram as moldeiras e o alginato pelas câmeras de escaneamento intraoral, com seus proprietários dentistas entendendo que seria possível economizar muito espaço e dinheiro colocando todos os arquivos em nuvem.
Ainda não é possível que as tecnologias 3D chairside sejam mais intuitivas, mas aumentam a probabilidade de desenhar e entregar qualquer restauração no mesmo dia e em poucas horas.
É um cenário cada vez tangível: os protéticos do futuro serão dentistas.
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