Os smartphones podem fazer o escaneamento interno da sua condição bucal?
- Paulo Rossetti

- 14 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de ago.

Os smartphones (celulares), esses dispositivos portáteis fantásticos, que não desgrudam da gente por nada, estão em nossas vidas desde que Steve Jobs fez aquele anúncio seminal naquela convenção da Apple, em 9 de janeiro de 2007.
De lá para cá, os processadores evoluíram significativamente. Hoje, fala-se em chip quântico. Em resumo, será uma capacidade maior de processamento nunca antes vista na história da humanidade. Lógico, a Odontologia irá se beneficiar muito.
Memória: a forma como o celular foi trazido ao ambiente odontológico para documentação fotográfica, se você lembra bem, gerou questionamentos. Tínhamos câmeras (analógicas) e lentes que superavam esses dispositivos, tanto em resolução (pixels) quanto em nitidez de imagem.
Ainda, muitos colegas se lembram como eram frustrantes as primeiras fotografias intraorais com câmeras digitais, enquanto outros as utilizavam para capturar imagens radiográficas de todos os tipos (me incluo nessa parte).
Agora, um estudo recém publicado mostra que será possível usar um smartphone para capturar imagens e dispositivos intraorais, transformando contornos 2D em 3D. Mesmo sem estar aprovada para uso clínico, essa inovação mostra um grande potencial.
Parece outra técnica conhecida, a fotogrametria, onde os smartphones podem fazer o escaneamento interno, mas sua acurácia é até maior.
Tudo isso se tornou possível pelo desenvolvimento de uma nova técnica, conhecida como Neural Radiance Fields (NeRF). Em resumo, depois de se filmar uma cena, outro programa (Neuralangelo) usa algoritmos de deep learning para fazer reconstruções 3D densas.
A motivação para a pesquisa com o smartphone (no caso, um iPhone Pro Max, placas de GPU da NVIDIA) é bem simples: os dispositivos de escaneamento intraoral (IOs), para muitos colegas, ainda são um investimento muito elevado economicamente.
Quando isso realmente acontecer, teremos um novo ciclo, com uma avalanche de dados!
Ao conectarem scanbodies em modelos de bancada de maxilas totalmente edêntulas com seis implantes dentários em posição, e depois fazerem a sobreposição das imagens, estes pesquisadores relataram que a veracidade é boa, mas a precisão ainda não atinge os níveis desejados.
No século 21, a distância entre o sonho tecnológico e a realidade está cada vez menor.
É certo que essa geração de profissionais da Odontologia ainda testemunhará mudanças radicais. Basta conferir.
Parabéns ao Dr. Gustavo Mendonça, brasileiro, professor da Faculdade de Odontologia da Virgínia, que participa dessa investigação, e estará no Brasil em setembro para o ABROSS25.



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