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Foto do escritor PAULO ROSSETTI

PPR: aposentada e passando bem?

Atualizado: 17 de jun.


PPR: uma solução válida em casos limites
PPR: uma solução válida em casos limites

Próteses Parciais Removíveis: aposentadas e passando bem? O que você diria no caso da foto acima?


Longe disso. Acredito que as próteses parciais removíveis não estão aposentadas, apenas foram ofuscadas pela introdução dos implantes dentários, usados há muito tempo como “remédios” para todos os males do edentulismo parcial ao total.

 

Para quem não sabe, dentro do ranking as próteses, as PPRs são as mais difíceis de serem planejadas e executadas. Mas quando nos esforçamos, elas funcionam bem.

 

Se você tem vergonha em dizer que faz PPR no seu consultório, não se preocupe: a maioria dos profissionais têm, mas também faz.

 

Imagine o que é colocar um modelo de gesso num dispositivo chamado delineador e encontrar uma possível direção de inserção para a futura restauração. Leva tempo até para os mais experientes. Sem contar que em alguns casos as classificações de Kennedy podem mudar em função do risco de perda dentária ao longo do tempo, e o nosso planejamento deverá incluir elementos como a “placa distal” e "ganchos de ação de ponta".

 

Tudo bem, agora você me diz que existe uma bolacha de cromo-cobalto e a armação metálica pode ser criada e fresada no computador. Eu concordo. Mesmo assim, o profissional deveria saber qual elemento digital adicionar (apoio, gancho, conector), suas posições corretas em função das áreas retentivas e expulsivas, e ainda fazer as compensações. Levaria tanto tempo quanto até que o botão da fresadora fosse acionado.

 

Teoricamente, implantes dentários na região posterior resolveriam as Classes I e II de Kennedy (desdentados posteriores bilaterais e unilaterais). Mas na mandíbula, por exemplo, é preciso ter osso em altura, justo na área onde passa o canal do nervo alveolar inferior. E, se houver altura e não tivermos largura, e o aumento horizontal não for realizado, o seu paciente terá, além da relação coroa-implante excessiva (fator de força suspeito), o desenvolvimento de uma recessão no tecido mole periimplantar ao longo do tempo, que poderá ou não ser contrabalanceada por um enxerto de tecido gengival livre (EGL). Você conhece muitos pacientes nesta situação ou não?

 

Lembrando: conforme a 7ª Conferência de Consenso ITI, EGL para regiões posteriores e enxerto de tecido conjuntivo (ETC) nas regiões anteriores.

 

Ainda nos restam as Classes III e IV. A primeira situação parece menos problemática? Ledo engano. Excesso de dentes, muitas vezes fora das suas posições originais mesio-distais e vestíbulo-linguais. Ortodontia com pequenos movimentos primeiro: seu paciente acha que é muito tempo de tratamento? Que tal fazer os preparos e “expor acidentalmente” a polpa: endodontia! Ou vamos para os implantes dentários? Colocados fora de posição, criarão os famosos espaços escuros, problemas de transferência na moldagem, e na higienização.

 

E finalmente, a Classe IV (desdentado anterior): o reino da estética. Com toda a evidência acumulada sobre a distância entre dente-implante e/ou implante-implante, o menor erro no posicionamento das fixações “matará” o desenvolvimento das papilas de tecido mole, sem falar na fonética e higienização. Seu paciente deseja uma prótese sem gengiva artificial e por isso quer os implantes dentários, não é? Examine a linha de sorriso e se há um tecido queratinizado com volume suficiente para ser condicionado.

 

Outro aspecto comum nesses casos é uma deficiência na altura intermaxilar quando os pacientes possuem seus dentes anteriores inferiores naturais extruídos pela falta de contenção com o antagonista: não há espaço para colocar os implantes dentários caso a ameloplastia incisal (desgaste no esmalte) não seja realizada.


Não caia nessa firula pseudocientífica de "vamos remover esses dentes porque...". Nada substitui a propriocepção do ligamento periodontal.

 

Diante de tais observações, nunca me pareceu que a PPR estivesse aposentada. Certamente, o mais correto seria dizer que ela passou por uma evolução quando começou a ser associada às próteses parciais fixas e aos encaixes extra coronários (próteses híbridas), na real impossibilidade de colocarmos implantes dentários.


Ou na forma do seu “upgrade” mais recente, quando os implantes dentários são usados como apoios distais (e encaixes tipo botão) nos casos de Classe I e II de Kennedy, que garantem boa sobrevivência da PPR.

 

E para que eu não seja injusto, há profissionais que trabalham maravilhosamente a gengiva artificial acrílica ou cerâmica, deixando-as praticamente indistinguíveis no rebordo do seu paciente.

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