Professores: vocação e curiosidade
- Paulo Rossetti

- 14 de out. de 2024
- 2 min de leitura

Ensinar é uma vocação. É um chamado. É uma febre instantânea, que não tem cura. Aliás, esse “dom” está ligado à curiosidade. Quando este último aspecto do ser humano leva ao primeiro, ele retroalimenta o ciclo. Faça seu próprio diagnóstico: você acorda com esse tipo de centelha mental ou brilho nos olhos quantas vezes por semana? Anda dormindo com o seu livro preferido quantas vezes? Bem-vindo! Bem-vinda!
Porém, apenas parte desse ato nobre está em ler e compreender. Grandes mestres sabem que é preciso transmitir de forma contínua. Nem que sejam apenas cinco minutos de sabedoria.
Aqui entram a didática e suas ferramentas capazes de incutir na cabeça dos nossos espectadores os ensinamentos mais complexos. Nem todos o são, obviamente, absorvidos de imediato. E um professor(a) só vence essa etapa com muita dedicação e a paciência.
Dizem por aí que não existem mais grandes professores. Discordo. Estão em toda parte. Muitos ainda continuam nas salas de aula, enquanto outros criaram seus canais em diversas redes sociais. Podem até não ser valorizados ou terem a quantidade de likes como merecem. Entretanto, isto nunca os impediu de cumprir a vocação.
Não se pode trancar o conhecimento numa cela e jogar a chave fora. Ele escapará por entre as grades ao menor sinal de interesse público ou privado. E pode ser pego por quem menos se espera.
Porque muitas vezes somos chamados de obsessivos ou loucos? Porque a curiosidade leva ao questionamento até da própria sombra. Também, outra característica peculiar é nunca darmos a mesma aula duas vezes. Sim, o conjunto básico de slides está lá, mas ao prestamos bastante atenção “nesse” ou “naquele” dente, prótese, ou implante dentário, sempre sentimos que poderíamos ter feito melhor. Disso resulta outra missão difícil, mas não impossível: tentar abreviar futuros dissabores dos nossos alunos.
Claro, nenhum professor sabe tudo. E mesmo depois de anos de prática, muita coisa ainda nos surpreende. Contudo, desse exercício de “idas” e “vindas” nasce uma lupa. No mundo da inteligência artificial, fotos, vídeos e todos os outros tipos de documentos podem ser criados, manipulados e distorcidos. A perfeição é tamanha, de dar inveja aos seus bisavôs digitais que “fechavam” digitalmente as papilas de tecido mole.
Como ficamos nessas horas? Acho que vou limpar os meus slides!!! Daí, também percebe-se porque os periódicos científicos andam de cabelo em pé.
Grandes mestres desistem dos seus pupilos? Não. O tempo mostra que a velocidade de sedimentação e aplicação do conhecimento variam. Nunca se sabe quando aquela figura desinteressada será líder do amanhã.
De certo, enquanto houver curiosidade (nossa e deles), haverá professores e alunos nas salas (físicas e/ou virtuais).
Muito obrigado aos meus alunos e alunas pela paciência e pela honra de poder ensinar-lhes o que sei de Odontologia!



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