Resumos para revisões sistemáticas são diferentes?
Sim, porque envolvem outros tipos de dados.
Mas não se preocupe: é possível construir um resumo informativo mesmo para quem está começando a aprender.
A estruturação nesse tipo de resumo é muito importante porque:
mostra como a revisão foi realizada
mostra quais dados foram extraídos
mostra como reproduzir a revisão num futuro próximo
mostra o estado geral do assunto pesquisado na literatura
Todo resumo de uma revisão sistemática contém os itens abaixo, que ficam estruturados da seguinte maneira:
Objetivos: como o próprio nome diz, você escreve o objetivo da sua revisão. Por exemplo, avaliar os resultados de uma técnica nova na sua área de pesquisa
Material e Métodos: aqui, há pequenas diferenças em relação aos resumos tradicionais, porque trata-se de uma revisão sistemática, que pede dados investigativos. Os elementos mais comuns nesta seção incluem
o nome das bases de dados eletrônicas
o período de abrangência das buscas realizadas
as línguas dos artigos (ou se houve algum filtro/critério de seleção relacionado)
as palavras-chave e como elas foram combinadas
Resultados: aqui, também há pequenas diferenças na forma de reportar. Os elementos mais comuns nesta seção incluem:
a quantidade total de artigos recuperados
a quantidade de artigos que passou na seleção inicial
as quantidades e as classes dos artigos recuperados (ex., coorte, RCT, caso controle, in vivo, in vitro)
um resumo geral com um dado numérico representativo dos artigos recuperados / uma frase geral representativa da revisão
o grau de vieses (bias) nos estudos selecionados
Conclusão: uma frase simples sobre o assunto da revisão.
Parece complicado? Não, basta começar e treinar.
Veja abaixo, por exemplo, num artigo já publicado, como fica o resumo de uma revisão sistemática da literatura:
Abstract
Purpose: To verify whether the diversity of systemic medical conditions and smoking act as biologic associated factors for peri-implantitis.
Materials and methods: The PICO question was: "In patients with osseointegrated dental implants, does the presence of smoking habits or a compromised medical status influence the occurrence of peri-implantitis compared with the presence of good general health?" Smoking and systemic conditions such as type 2 diabetes mellitus, cardiovascular diseases, rheumatoid arthritis, lung diseases, obesity, cancer, deep depression, and osteoporosis were screened. Selection criteria included at least 10 patients per condition, 1 year of follow-up after implant loading, and strict cutoff levels (probing pocket depth [PPD], bleeding on probing [BOP] and/or pus, marginal bone loss) to define peri-implantitis.
Results: From the 1,136 records initially retrieved, 57 were selected after title and abstract analyses. However, only six papers were considered for qualitative evaluation. No randomized controlled clinical trial was found. Smoking was associated with peri-implantitis in only one out of four studies. Poorly controlled type 2 diabetes accentuated only PPD and radiographic marginal bone level prevalence rates in peri-implant patients (one study). Cardiovascular disease was considered a risk (one out of two studies). The chance of peri-implant patients harboring the Epstein-Barr virus was threefold in one report. No associations were found for rheumatoid arthritis.
Conclusion: Data from existing studies point to smoking and diabetes as biologic associated factors for peri-implantitis. However, the body of evidence is still immature, and the specific contribution of general health problems to peri-implantitis requires additional robust epidemiologic and clinical investigations.
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