Suturas são biomateriais utilizados para aproximar as bordas de uma lesão, confeccionadas com os mais diversos polímeros, sendo absorvíveis ou não. A sutura sem tensão é o nosso objetivo final, e com treinamento supervisionado chegamos lá.
Entretanto, alguns aspectos nós não conseguimos controlar: ao longo do processo de cicatrização, as suturas também funcionam como locais para acúmulo de bactérias. Isto ocorre porque as feridas criadas pelo corte dos instrumentos nem sempre podem ser limpas completamente; os locais ficam sensíveis, dolorosos ou incomodativos.
Justo o tipo de contaminação que diminui nossos resultados estéticos nas cirurgias plásticas periodontais, mucogengivais, na colocação dos implantes, e também na utilização dos enxertos.
Mas a tecnologia do século 21 vem dando amostras que podemos alterar biomateriais com sucesso: há duas formas populares de se fazer isso:
trocando sua constituição química
deixando sua superfície funcional
Para deixar a superfície funcional, é preciso criar uma camada química, de boa adesão e capaz de repelir as bactérias.
No estudo mais recente, uma tinta à base de hidrogeis compósitos (CHP), contendo metacrilatos, glicidina e sulfobetaína, batizada de pSGT, foi obtida e caracterizada.
Ao mesmo tempo, os pesquisadores aplicaram esta tinta em fios de suturas e fizeram cirurgias experimentais em ratos.
Os resultados preliminares mostraram que:
o coeficiente de fricção da sutura com tinta CHP foi duas vezes menor do que na sutura sem tinta
redução de mais de 90% nas contagens de Estafilococos aureus e Escherichia coli
tinta de cobertura têm capacidade para reter medicamentos e libera-los de forma controlada
ausência de infecção e imagens histológicas compatíveis com cicatrização normal após 7 dias
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