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Foto do escritor PAULO ROSSETTI

Bisfosfonatos, denosumabe e implantes dentários

Atualizado: 23 de mai.


Implantes dentários e medicamentos antirreabsortivos
implantes dentários e medicamentos antirreabsortivos

Osteoporose, mulheres pós menopausa, câncer: condições metabólicas no ser humano que geram alterações na massa óssea, fraturas vertebrais, quedas, e dor. O tratamento proposto é representado pelos bisfosfonatos e denosumabe.


Bisfosfonatos são compostos que se ligam de forma intensa ao tecido ósseo. Em resumo, impedem o funcionamento dos osteoclastos, que se auto destroem (apoptose). Essa ligação dura por muitos anos.


Por outro lado, o denosumabe é um anticorpo monoclonal humanizado interrompendo a relação RANK/RANKL, mas que não destrói os osteoclastos (em teoria, ficariam "dormentes"). Essa ligação é reversível. Quando o denosumabe é retirado da terapia, todo o ganho de massa óssea é revertido entre 12-24 meses; assim, pacientes precisam regressar aos bisfosfonatos.


Tanto os bisfosfonatos quanto o denosumabe interferem no metabolismo ósseo. Então, fazer qualquer procedimento cirúrgico (extrações, implantes dentários) estaria contraindicado em pacientes que recebem medicamentos antirreabsortivos, porque existe a chance de desenvolver a MRONJ (osteonecrose dos maxilares relacionados aos medicamentos).

Mas e se o paciente já colocou um implante dentário (que está osseointegrado) e precisa utilizar bisfosfonatos ou denosumabe? Ainda podemos ter casos de MRONJ?


Embora os estudos sobre o assunto sejam escassos, a revisão de literatura mais recente conseguiu reunir 445 implantes (135 pacientes), num total de 8 estudos (7 séries de casos, 1 coorte retrospectivo).


A média de tempo entre o começo da terapia com antirreabsortivo e o desenvolvimento da MRONJ foi de 34 meses.

A taxa de falha geral nos implantes dentários foi de 23% (101 em 445). Em quatro séries de casos, todos os implantes colocados falharam por MRONJ. No estudo coorte retrospectivo, dos 344 implantes colocados, 11 falharam por MRONJ.

A maior parte das lesões MRONJ estava na região posterior mandibular.
Com os tratamentos propostos, 27% dos implantes foram preservados, e 75% dos sítios com MRONJ cicatrizaram completamente.

O que tudo isso significa?


Cada vez mais, há necessidade de esclarecimento precoce.


Mesmo que a ciência avance para retardar o envelhecimento, a constituição genética de cada pessoa responderá de maneira diferente aos desafios diários.


Por exemplo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, evitar o consumo de café e bebidas alcoólicas, expor-se ao sol de manhã regularmente e fazer exercícios (caminhadas) que requeiram força muscular são medidas para prevenir a osteoporose.


Do ponto de vista odontológico, é certo que as extrações devem ser feitas ANTES de qualquer medicamento dessa natureza ou EVITADAS se os pacientes já estão em tratamento.



Mas ainda há muito o que se pesquisar sobre os implantes dentários osseointegrados e seu relacionamento com os bisfosfonatos e o denosumabe.

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