O alvéolo dentário após a extração: um novo paradigma na sua remodelação?
- PAULO ROSSETTI
- 31 de jan.
- 3 min de leitura

De tempos em tempos, a literatura científica existente precisa de um bom desafio porque sempre há "lacunas" nos estudos, provocadas especialmente pelas restrições tecnológicas das datas de origem.
Dois exemplos a seguir simplificam essa questão.
Primeiro, no mundo antigo, os "espíritos" eram tidos como os responsáveis por todas as moléstias de saúde. Até que um cientista construiu um conjunto de lentes e identificou esses tais espíritos, chamando-os de "animálculos".
Num segundo momento, outro cientista também observou que um certo fungo era capaz de isolar o crescimento bacteriano e desenvolveu uma injeção que salvaria a vida de milhares de pessoas.
Santa tomografia computadorizada de feixe cônico!
Na Odontologia, com a introdução da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), o uso de radiografias panorâmicas (bidimensionais) praticamente perdeu sentido na determinação do volume ósseo visando o planejamento e a colocação de implantes dentários, quando necessário.
A situação de não poder atacar todos os problemas ao mesmo tempo cria oportunidades, mesmo dentro de uma linha de pesquisa.
Assim, o dilema do que acontece dentro do alvéolo de cicatrização após a extração de um elemento dentário tem sido representado por observações histológicas clássicas até a escrita desse post, porque algo pode mudar ou melhorar a compreensão do que está publicado.
Revisando a informação existente sobre o alvéolo dentário após sua extração
o alvéolo é preenchido por coágulo sanguíneo
seu topo recebe um selamento mucoso
o processo inflamatório continua e uma matriz óssea interna é produzida
Uma nova interpretação científica
Esse processo de cicatrização da ferida seria, na verdade, o "colapso programado" das paredes alveolares, formando osso por aposição a partir de suas paredes.
Como esse processo está sujeito às variações entre indivíduos, cavidades internas (lacunas) seriam formadas no interior do alvéolo dentário pós extração, impedindo que o osso novo (as trabéculas) se conectem completamente.
Mudança de paradigma!
Percebem como a mudança de paradigma é sutil? Ela possivelmente vai contra tudo o que já visualizamos.
O fator principal nessa mudança é a possibilidade de usar uma tecnologia de TCFC que melhora a densidade óssea captada, limpando-se os tecidos e analisando as sobreposições volumétricas nas TCFCs em tempos programados, com os alvéolos em processo de cicatrização, sem que recebam absolutamente nenhuma fixação implantável.
O que já sabemos pela nova proposta?
em dentes pré-molares extraídos pela manobra flapless, as paredes do alvéolo sofrem uma "movimentação" para o centro do defeito, com as paredes vestibular e lingual reduzindo-se em volume horizontal, e as paredes mesial e distal reduzindo em volume vertical
isso é visto aos 3 meses e permanece até o sexto mês pós extração
a nova formação óssea é evidente, em especial, na região oclusal do alvéolo
existe uma aposição óssea ao longo das paredes alveolares, mas que não atinge o centro dos defeitos na maioria dos casos
o resultado é a formação de cavidades dentro do alvéolo, próximas à sua região oclusal, o que poderia explicar a sensação táctil na osteotomia
a formação óssea parece maior nos dentes com duas raízes (tanto aos 3 quanto aos 6 meses)
o osso estaria mais maduro aos 6 meses do que aos 3 meses
Nas palavras dos autores "...parece que o processo lento de nova formação óssea não é capaz de fechar o defeito em si. Então, o organismo humano "acelera" esse processo, contraindo o alvéolo pela aposição óssea, transformando-o num defeito de tamanho não crítico, mas construindo trabéculas internas muito finas que não se unem por completo em todos os sentidos volumétricos."
Na eventual comprovação do estudo acima...
o alvéolo pós extração ainda não estaria apropriado para a colocação de implantes dentários aos 3 meses
o ideal seria aos 6 meses, já que a análise estatística mostrou uma diferença significativa na quantidade de formação óssea.
manter a anatomia vestíbulo lingual do alvéolo se torna uma condição fundamental através de uma estratégia de ROG, já que o colapso programado e a aposição óssea reduzem o seu diâmetro.
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