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O que acontece quando você usa o seu escâner intraoral? Parte 1

Foto do escritor:  PAULO ROSSETTI PAULO ROSSETTI

Escâneres intraorais (também conhecidos como IOs) são dispositivos criados para "capturar" informações de relevo (dentes, gengivas, scanbodies) e transforma-las em dados, conjuntos de números.



Tecnologias de escaneamento


Cada empresa tem a sua.

Uma tecnologia digital converte uma informação física em informação de computador.


Veja nos exemplos abaixo alguns nomes comerciais desse dispositivos e os tipos de tecnologias de escaneamento:


  • PRIMESCAN: sensores de alta resolução e luz de ondas curtas com análise de contraste óptico de alta frequência para um escaneamento profundo dinâmico (20mm).


  • DEXIS3800: triangulação ativa com compatibilidade smart shade através da função de distribuição de reflectância bidirecional.


  • MEDIT i-600: tecnologia de vídeo 3D em movimento.


  • ITERO: microscopia confocal paralela.


  • Emerald S: triangulação do padrão projetado.


  • 3SHAPE: microscopia confocal ultra rápida de seccionamento óptico


  • Omnicam: triangulação ativa (projeção de faixa multicolor)


Todas as tecnologias acima possuem um tipo de luz estruturada e sensores de profundidade para medir distâncias. Assim, as deformações nessas imagens são captadas e interpretadas para geração das formas, gravadas quadro por quadro, como se fosse um filme à medida que o escâner varre essas superfícies. Depois, serão sobrepostas para geração do arquivo tridimensional final, com possibilidade de coloração em tempo real e muito próxima dos dentes e gengivas.

Traduzindo a informação escaneada: como os programas fazem isso?


Usando o conceito de linguagem de máquina.


Em linguagem de máquina, não é possível ler os números como nós fazemos ou escrevemos (1, 2, 3, etc.).


No computador, isto só é possível usando-se conjuntos de "zeros" e "uns".

É a linguagem binária com os seus bits. Cada bit funciona como se fosse uma "casinha".


Por exemplo, o número 4, escrito em linguagem binária, vale 100.

Da mesma forma, o número 16, escrito em linguagem binária, vale 10000.


Como os processadores de computador possuem 32 bits ou 64 bits, será preciso pegar o número binário, realizar outras operações matemáticas, e finalmente aumenta-lo com números zero até chegar aos 32 bits, ou seja, ter as 32 casinhas preenchidas.


No final do processo, seu dente escaneado se transforma numa malha de triângulos que são números (bits). Essa malha é o arquivo tipo STL. Existem outros formatos de arquivos (OBJ, PLY), e finalmente os arquivos criados por cada empresa (são os arquivos de código fechado).


O STL, por ser um arquivo de código aberto, pode ser lido em máquinas diferentes.



Mas cada número com 32 bits representa o que mesmo?


Cada número representa uma das coordenadas (x, y, z) do vértice de triângulo da malha STL. Há milhões de triângulos.



Agora, como o computador organiza esses números?


As coordenadas (x, y, z) dos vértices de cada triângulo são escritas dentro de uma matriz com linhas horizontais.

Você conhece a tal matriz, já fez operações com ela. Isso foi há muito tempo, no ensino secundário, quando seus professores falavam de matrizes e determinantes.


Então, o computador identifica coordenadas tridimensionais para cada vértice (V) do triângulo:


V1 = (x1, y1, z1)

V2 = (x2, y2. z2)

V3 = (x3, y3, z3)


E depois as escreve no formato de uma matriz, como no exemplo abaixo:


x1 y1 z1

x2 y2 z2

x3 y3 z3


Na malha de triângulos STL existem milhares dessas matrizes.


Óbvio, o que você vê na tela do seu sistema é o formato geométrico do escaneamento, por dois motivos simples:


  • você é um cirurgião ou cirurgiã-dentista

  • o seu paciente está sentado na cadeira e precisa entender o que você fez


As matrizes serão usadas em diversas operações, especialmente para analisar a acurácia do seu escaneamento. Assunto do próximo post.



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