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Foto do escritor PAULO ROSSETTI

Overdentures na maxila: tratamento ultrapassado? Preconceito?

Atualizado: 30 de mai.



Há 20 anos, o Consenso de McGill (24-25 maio de 2002) definiu como padrão de tratamento para mandíbulas totalmente edêntulas o uso de uma overdenture sobre dois implantes dentários. Por outro lado, nada ficou definido na arcada maxilar.


Se você tem um paciente com grande pneumatização no seio maxilar, perda de suporte labial considerável (necessidade de flanges extensas) e distâncias intermaxilares acentuadas (na faixa dos 20mm), osso residual com retenção e estabilidade insuficientes, 99,99% do seu plano de tratamento caminhará para o desenho da prótese overdenture.


Além disso, muitos pacientes não possuem destreza manual para cuidar de uma prótese fixa convencional, sofrem com os resquícios de fissuras labiopalatais, ou pelo enfraquecimento ósseo resultante de processos patológicos.


Ainda, não são todos os pacientes que desejam/aceitam os enxertos ou implantes zigomáticos. Por fim, existem as restrições econômicas.


Eu sei que nestas horas os colegas pensam: e o palato? E a barra? E os encaixes?

Algumas considerações recentes podem ajudar no desenho da overdenture:


Na situação de uso dos cicatrizadores como apoio:

1) com a overdenture apoiada sobre cicatrizadores, independente da distribuição dos implantes, a prótese sem palato sofre mais deformação do que a prótese com palato;

2) a situação mais favorável é uma prótese com palato, suportada por mais de quatro implantes amplamente distribuídos;

3) os implantes que sustentam próteses sem palato mostraram mais deformação do que nas próteses com palato;

4) os implantes da região anterior mostraram mais deformação vestíbulo-lingual do que os outros implantes, independentemente da cobertura palatina ou distribuição das fixações;

5) um reforço com liga de NiCr diminui o estresse nos implantes dentários, independente da prótese ter palato ou não.


Se encaixes forem planejados:

1) na prótese com palato, encaixes tipo bola geram mais deformação do que os magnetos, mas as diferenças entre os três tipos se anulam quando existem quatro implantes de sustentação, especialmente na área dos molares;

2) na prótese com palato, a deformação nos implantes continua maior quando encaixes tipo bola são usados, e independente do tipo de encaixe, não é recomendado que se use apenas dois implantes, especialmente os que estão na região anterior;

3) nas próteses sem palato, a deformação varia conforme o tipo de encaixe e distribuição dos implantes, menos quando os implantes nas posições dos molares são utilizados;

4) nas próteses sem palato, a maior redução na deformação ocorre com encaixes tipo magneto e quatro implantes nas áreas de pré-molares e molares


Uma barra incorporada ao desenho da overdenture:

Se estas mesmas configurações forem testadas com os implantes esplintados por uma barra, o estresse nas próteses sem palato será menor com quatro ou seis implantes (regiões de incisivos e molares). Já o estresse nos implantes dentários da região anterior sempre será significativo em todas as configurações e independente da prótese ter ou não palato. Por fim, quando o foco do teste for a qualidade óssea (mas sem a prótese), uma barra fresada rígida e o sistema cônico semirrígido se comportam igualmente em osso de boa qualidade, mas de forma diferente (mais favorável ao sistema cônico) em osso de qualidade pobre, que parece receber maior transferência de estresse.


Referências

1. Takahashi T, Gonda T, Tomita A, Mizuno Y, Maeda Y. Influence of palatal coverage and implant distribution on denture strain in maxillary implant overdentures. Int J Oral Maxillofac Implants 2016;31:e43-e48.

2. Takahashi T, Gonda T, Mizuno Y, Fujinami Y, Maeda Y. Influence of palatal coverage and implant distribution on implant strain in maxillary implant overdentures. Int J Oral Maxillofac Implants 2016;31:e136-e142.

3. Takahashi T, Gonda T, Maeda Y. Can reinforcement of maxillary implant overdentures decrease stress on underlying implants? Int J Oral Maxillofac Implants 2017;32:63-69.

4. Nishimura Y, Takahashi T, Gonda T, Ikebe K. Influence of implant distribution and palatal coverage on the strain of splinted implant and overdenture in maxillary implant overdentures. Int J Oral Maxillofac Implants 2021;36:281-288.

5. Takahashi T, Gonda T, Maeda Y. Effect of attachment type on denture strain in maxillary implant overdentures: Part 1. Overdenture with palate. Int J Oral Maxillofac Implants 2017;32:815-821.

6. Takahashi T, Gonda T, Maeda Y. Effect of attachment type on implant strain in maxillary implant overdentures: comparison of ball, locator, and magnet attachments. Part 1. Overdenture with palate. Int J Oral Maxillofac Implants 2017;32:1308-1314.

7. Takahashi T, Gonda T, Maeda Y. Effect of attachment type on denture strain in maxillary implant overdentures: Part 2. Palateless Overdentures. Int J Oral Maxillofac Implants 2018;33:80-86.

8. Effect of attachment type on implant strain in maxillary implant overdentures: comparison of ball, locator, and magnet attachments. Part 2: palateless overdentures. Int J Oral Maxillofac Implants 2018;33:357-364.

9. Kimura T, Yang TC, Maeda Y. Influence of rigid bar and nonrigid double crown attachments on maxillary implant overdentures: an in vitro study with differential bone quality. Int J Oral Maxillofac Implants 2018;33:764-769.


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