Implantes zigomáticos: o que é consenso na literatura?
- Paulo Rossetti 
- 22 de dez. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de ago.

Os implantes zigomáticos foram criados para reabilitação de pacientes com maxilas severamente atróficas. Isto significa que o osso da arcada superior, sem os elementos dentários, não possui mais altura e largura suficiente comparada ao seu tamanho original. Nas imagens tomográficas de feixe cônico, é como se a maxila tivesse a espessura de uma folha de papel sulfite.
No diagnóstico desta situação, é importante que o grau de atrofia seja identificado e, quando indicado, implantes zigomáticos serão utilizados.
Ainda, só profissionais extremamente capacitados (a maioria possui residência ou especialização em Cirurgia/Traumatologia BucoMaxilofacial) devem executar esse tratamento, pela complexidade anatômica e os riscos envolvidos.
Ao longo dos anos, com diversas modalidades/técnicas cirúrgicas publicadas sobre os implantes zigomáticos, era natural em algum momento haver uma reunião tentativa de consenso.
E ela aconteceu, inclusive com a participação de três cirurgiões-dentistas do Brasil: Dr. André Sakima, Dr. Eduardo José de Moraes, e Dr. Waldemar Polido.
Esta reunião contou com 63 participantes, e foi comandada pelos Drs. Carlos Aparicio, Tomas Albrektsson, Rubén Davó, David Pastorino, e Dra. Chantal Malevez.
Aqui, foi utilizado o Método Delphi, onde um questionário é composto com diversas perguntas divididas por tópicos. Nas respostas, se o nível de concordância entre participantes atingir 70% ou mais, tem-se um consenso sobre determinado assunto.
Abaixo, os principais pontos e o resultado deste consenso sobre implantes zigomáticos:
Indicação
- quando a altura da crista óssea for menor/igual a 4mm 
- largura mínima da crista óssea: 6mm 
- se a situação acima ocorrer nos setores anteriores e posteriores ao mesmo tempo, quatro implantes zigomáticos são possíveis 
- dentes comprometidos devem ser extraídos 4 meses antes 
- a condição do seio maxilar deve ser examinada antes e depois da cirurgia 
- se houver patologias, um otorrino deve ser ativado 
Planejamento
- abertura bucal suficiente é necessária 
- TCFC mandatória (altura, espessura, localização) 
- tecnologia para planejamento virtual 3D 
Trajetória do implante
- respeitar a integridade da membrana do seio na zona crítica de comunicação bucosinusal 
- o uso de guias de perfuração não deve ser sistemático 
Medicação
- prescrição de antibióticos antes da cirurgia 
- antibióticos, corticosteroides, e AINEs depois da cirurgia 
Cirurgia
- incisões relaxantes para preservar os tecidos moles 
- preservar a membrana do seio ao nível da crista óssea 
- usar o motor cirúrgico para começar a inserir o implante 
- torque mínimo de 25Ncm para carga imediata 
Desenho do implante
- superfície lisa e sem roscas nas regiões coronal e média 
- superfície rugosa e com roscas na região apical 
Prótese
- carga imediata apenas se a estabilidade inicial for atingida 
- prótese imediata entregue dentro de 24 horas da cirurgia 
- excursões laterais suaves 
- ausência de cantiléver para distal 
- perfil gengival adequado para higienização 
Acompanhamento
- mais de uma vez ao ano, usando TCFCs e panorâmicas 
- radiografias periapicais não tão úteis neste sentido 
Acesse o trabalho original:



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