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Análise de custos na Odontologia: fluxo de trabalho convencional, híbrido ou digital?

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    Paulo Rossetti
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Laboratório de prótese: analógico & digital na balança?
Laboratório de prótese: analógico & digital na balança?

diversos caminhos no mundo digital da Odontologia, que afetam não só as clínicas odontológicas como os laboratórios de prótese, onde idealmente a maioria dos equipamentos deveria estar, já que são os maiores prestadores tradicionais desses serviços há séculos.


Para você, que faz clínica, adquirir uma câmera de escaneamento é mais do que um plus: é uma forma de economizar tempo.


Por outro lado, para os laboratórios, existem três fluxos principais: convencional (totalmente analógico), híbrido (mistura de digital e analógico) e digital (totalmente CAD-CAM).

 

Nesse momento, a pergunta que todo gestor de laboratório faz é: qual é mais barato no meu dia a dia?


Os números dos custos na Odontologia não mentem


Uma revisão sistemática de acesso gratuito sobre o assunto identificou três estudos recentes revelando uma hierarquia consistente de custos.


Os números abaixo estão em francos suíços (a diferença de câmbio em relação ao Real é de 6,71 vezes na data deste post).

 

  • fluxo convencional: 748-1.265 CHF por caso

  • fluxo híbrido: 711 CHF por caso (12% mais barato)

  • fluxo digital: 505-566 CHF por caso (24-32% mais barato)

 

Para coroas parafusadas unitárias, a economia é ainda mais impressionante: 243 CHF de diferença (32% de redução) entre convencional e digital.

 

Todos esses dados apresentam diferenças significativas (p < 0,001) e não são variações aleatórias - são reais e reproduzíveis.

 

Onde está a Economia? Na clínica ou no laboratório de prótese?


A economia não vem da clínica, vem do laboratório.

Os custos clínicos diretos são praticamente idênticos em todos os fluxos (809 CHF).


Os custos de materiais também são similares (~64-65 CHF).

A diferença explosiva está no trabalho laboratorial.

 

No fluxo convencional, o técnico passa horas em etapas manuais: moldagem, vazamento, escultura, ajustes.


No fluxo digital, essas etapas são automatizadas ou eliminadas.

O resultado? Economia de até 30% apenas no laboratório.

 

O Fluxo Híbrido: há problemas?


Com apenas 12% de economia em relação ao convencional (vs. 30% do digital), o fluxo híbrido oferece o pior dos dois mundos: mantém a complexidade de moldes físicos sem aproveitar totalmente a automação digital.

 

Entretanto, apenas um estudo reportou custos híbridos, sugerindo que laboratórios inteligentes pulam essa etapa e vão direto ao digital. Não há razão econômica para ficar no meio do caminho.

 

Impacto no Tempo Clínico


A economia de custos vem acompanhada de economia de tempo nas restaurações digitais:


  • ajuste interproximal: 69% mais rápido (1:00 versus 3:12)

  • ajuste oclusal: 57% mais rápido (1:12 versus 2:48)

  • tempo total de ajuste: 63% mais rápido (2:12 versus 6:00)

 

Por quê? Porque restaurações digitais chegam à clínica com adaptação marginal e oclusal superior, reduzindo drasticamente os ajustes necessários.


Menos tempo de cadeira = paciente mais satisfeito e consultório mais eficiente.

Afinal, quem não quer sair mais cedo do consultório? E do laboratório?


O ROI (retorno sobre o investimento): Quando Começa o Resgate?


Vamos aos números práticos.

Um laboratório com 100 casos/mês:


  • cenário convencional: 100 × 750 CHF = 75.000 CHF/mês

  • cenário digital: 100 × 530 CHF = 53.000 CHF/mês

  • economia mensal: 22.000 CHF

  • economia anual: 264.000 CHF

 

O investimento inicial em equipamento digital (scanner intraoral + software CAD-CAM) fica entre 45.000-95.000 CHF.


Com essa economia, o tempo teórico de resgate, mantido o fluxo de trabalho (há variações sazonais importantes) é de apenas 2-4 meses.


A Variabilidade Entre Estudos: O Que Explica?

Os custos absolutos variam entre estudos (748 CHF x 812 CHF x 392 CHF).


Isso não é erro - é realidade. Diferentes países, diferentes laboratórios, diferentes estruturas de custos.


Mas o padrão é universal: digital é sempre mais barato que convencional.

 

Implicações Clínicas Reais

Além dos números, há benefícios qualitativos:


  • previsibilidade: Menos surpresas clínicas

  • qualidade: Melhor adaptação marginal

  • eficiência: Menos remakes e ajustes

  • satisfação: Pacientes passam menos tempo na cadeira

  • reputação: Laboratórios digitais oferecem melhor qualidade

 

O Que Isso Significa Para Você?


  • se você é clínico: procure laboratórios digitalizados. Você economizará tempo de ajuste e oferecerá melhor qualidade ao paciente.

  • se você é gestor de laboratório: a digitalização não é um luxo - é uma necessidade econômica. Seus concorrentes já estão fazendo isso.

  • Se você é técnico: Investir em treinamento digital é investir em sua empregabilidade. O futuro é digital.

 

Conclusão


  • a análise de custos na Odontologia é inequívoca: o fluxo digital é 24-32% mais barato que o convencional, com economia concentrada no laboratório.

  • o fluxo híbrido é uma transição desnecessária, já que o ROI é rápido (2-4 meses), e os benefícios clínicos são comprovados.

  • A pergunta não é mais “devemos digitalizar?” A pergunta é “por que ainda não digitalizamos?”

  • É certo que mais estudos (temos apenas três levantados nessa revisão) são necessários e com desenhos diferentes de próteses sobre implantes.


Paulo Henrique Orlato Rossetti - a ciência da Odontologia no seu dia a dia
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