Osteoporose, Antirreabsortivos, Doença Periodontal, PTH: outra peça do quebra-cabeças?
- PAULO ROSSETTI
- 24 de jan.
- 2 min de leitura

A anamnese completa é o primeiro passo numa consulta odontológica bem-sucedida.
Nesse sentido, existem aspectos que cada vez mais se interligam na aventura que é compreender e tratar o ser humano integralmente.
A relação entre as doenças orais e sistêmicas está cada vez mais forte, e tem recebido a denominação de Medicina Periodontal.
Dia após dia, precisamos repetir nosso mantra: "a saúde começa pela boca". As peças desse quebra-cabeça só aumentam, são complexas, e não podemos perder o ritmo.
Ainda, a pirâmide etária brasileira já se modificou faz muito tempo. Pelo Censo Demográfico de 2022, a população com 65 anos de idade ou mais cresceu mais de 57%, e os níveis de atenção para doenças sistêmicas tendem a aumentar.
Ao mesmo tempo, estes pacientes também frequentam os nossos consultórios.
Medicina
Osteoporose e antirreabsortivos: os níveis de PTH (paratormônio) elevam-se transitoriamente
Pacientes em tratamento para osteoporose podem fazer uso de medicamentos antirreabsortivos. Atualmente, fármacos como o denosumabe (anticorpo monoclonal) e o ácido zolendrônico (bisfosfonato) são amplamente usados.
No sistema endócrino, ambos os medicamentos elevam os níveis de PTH (paratormônio) transitoriamente e isto poderia estar relacionado a uma quadro de hipocalcemia passageira (por exemplo, câimbras, rigidez, dor muscular, confusão, espasmos, parestesia nas extremidades)
Esse níveis elevados de PTH podem ser detectados até 2 meses depois do tratamento com denosumabe ou bisfosfonato ter cessado.
Mas o que é o PTH?
PTH é a sigla de paratormônio, produzido pelas glândulas paratireoides do nosso sistema endócrino. Ele controla os níveis de cálcio e fósforo no organismo.
Quantos pacientes tratados ou em tratamento para osteoporose, com denosumabe ou bisfosfonatos, já passaram pelo seu consultório odontológico? O que eles ou elas relataram?
Odontologia
P. gingivalis prejudica os níveis de PTH nos osteoblastos
Bactérias como a P. gingivalis, microrganismo fundamental na doença periodontal e suspeita em outras doenças sistêmicas, infecta as células osteoblásticas, impedindo que estas trabalhem adequadamente.
No mecanismo da via endócrina, a síntese, formação e ação do paratormônio (PTH) ficam paralisadas.
Como se não bastasse, a outra via de sinalização famosa (Wnt) também sofre, além dos níveis de cálcio e fósforo.
Em resumo, nada de osso será produzido pelos osteoblastos, sofrendo a morte celular programada (apoptose) pela deficiência de PTH.
Se a terapia periodontal não for instituída em tempo, aumento dos níveis de placa, sangramento, da bolsa periodontal, e da perda óssea.
A vitamina D e o PTH controlam a homeostase óssea e a relação cálcio/fósforo
A vitamina D estimula a absorção de cálcio pelo intestino
A vitamina D controla a liberação de PTH.
As deficiências de vitamina D e cálcio são fatores de risco comuns para periodontite e osteoporose.
Traduzindo (reforçando) em poucas palavras
Escove os seus dentes após as refeições, use o fio dental, tome sol pelo menos 10 minutos por dia, faça exercícios que fortalecem a musculatura e ossos para aliviar os efeitos da osteoporose, e alimente-se bem.
Bisfosfonatos e anticorpos monoclonais: ANTES de qualquer procedimento cirúrgico, consulte o médico de referência e também os protocolos atuais.
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